Metamorfoses dos Plásticos – a realidade e as múltiplas abordagens a um material (MoPRA) é um projeto interdisciplinar que tem por objetivo promover o debate das diferentes dimensões dos plásticos e seus usos na sociedade e desenvolver atividades que permitam a melhor compreensão das tensões e contradições dessa classe de materiais indispensáveis à vida contemporânea.

O termo “plástico” abrange uma ampla variedade de substâncias, com múltiplas propriedades, usos, capacidades e custo, cujas qualidades técnicas e económicas foram moldadas por dinâmicas políticas, sociais e culturais. A partir de perspetivas que cruzam a história da ciência e da tecnologia, antropologia, museologia, arqueologia industrial, conservação, literatura, estudos de design, história ambiental, química e engenharia, propõe-se a discussão tensão entre os plásticos como principais agentes de comodidade, economia e segurança e os danos ao meio ambiente devido à sua persistência e omnipresença.

A interação dos diferentes atores sociais – inventores, empreendedores, financeiros, reguladores, formadores de opinião, investigadores, designers e consumidores – têm estabelecido o lugar que os plásticos ocupam no mundo.

Com o aumento do consumo no século XX, a substituição de materiais mais escassos, mais caros ou mais difíceis de trabalhar, por plástico tornou-se central para as economias industriais. A química e a tecnologia dos polímeros permitiram o uso de fontes baratas, como carvão e petróleo, para reduzir a procura, desde marfim, couro, madeiras exóticas a minerais escassos. Em contrapartida, outros plásticos expuseram os trabalhadores a produtos nocivos ou processos perigosos, ou seu descarte incorreto causaram poluição em zonas do ambiente natural que não estavam preparadas para absorver resíduos ou enfrentar novos produtos químicos.

De modo que os “plásticos” representam um paradoxo ambiental interessante, que o projeto MoPRA visa criar estratégias para sua divulgação e promover debates equilibrados e historicamente informados.