Análise social da ética dos plásticos
Esta tarefa desenvolve uma abordagem socioantropológica sobre a relação entre os indivíduos e os plásticos, ou seja, os chamados plásticos de uso único, partindo do entendimento de que a maneira como as pessoas se relacionam com o lixo é resultado de estruturas culturais de significados (Joulian; Furniss, 2016). Embora os media e os debates políticos retratem a poluição plástica e os custos ambientais do uso e descarte desenfreados de plásticos como uma questão global, há uma escassez de pesquisas sobre como esse fenômeno aparentemente global é vivenciado, compreendido e respondido por diferentes grupos sociais.
A partir da análise cruzada entre como diferentes grupos sociais utilizam os plásticos em seu quotidiano e a análise da representação dos plásticos pela comunicação social (imprensa escrita), pretende-se oferecer uma visão de como as pessoas se relacionam com os plásticos, especialmente o plástico de uso único. Esta investigação com base em dados de anos recentes visa também gerar dados e informações para promover políticas públicas voltadas ao avanço de como podemos estruturar as nossas relações com os plásticos.
Apesar da onipresença dos plásticos, a literatura sobre a ética dos plásticos é quase inexistente. A indústria do plástico é uma das manifestações mais visíveis e universais da tecnociência, cujas implicações serão discutidas também nesta linha de investigação. Por exemplo, os bioplásticos de biomassa vegetal costumam ser vistos como uma alternativa perfeita aos plásticos à base de combustível fóssil, contudo possuem desvantagens como a competição com as culturas alimentícias por terras aráveis (Thompson, 2012). Portanto, neste projeto, também pretendemos fazer uma revisão histórica dos bioplásticos e discutir sua estrutura ética específica.